Eliana Zagui está internada há 36 anos no instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas, em São Paulo, devido a uma paralisia que, desde os dois anos de idade, a fez perder os movimentos do pescoço para baixo. Hoje lançou um livro que escreveu com a sua boca.
O seu primeiro livro de memórias é lançado esta terça-feira com o título Pulmão de Aço – uma vida no maior hospital do Brasil.
Há 36 anos que Eliana Zagui vive deitada numa cama do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas de São Paulo. Vítima de paralisia infantil aos dois anos, perdeu os movimentos do pescoço para baixo. Respira com a ajuda de equipamentos.
Na cama, formou-se, aprendeu inglês, italiano, fez o curso de história da arte e tornou-se pintora. Tudo, fazendo uso da boca para escrever, pintar e digitar. Hoje, lança (só para convidados) o seu primeiro livro: "Pulmão de Aço - uma vida no maior hospital do Brasil" (Belaletra Editora).
Pulmão de aço é o nome de uma máquina, inventada na década de 1920, parecida com um forno. As pessoas com insuficiência respiratória eram colocadas dentro dela, com a cabeça de fora.
Eliana relata no seu livro que esteve próxima do suicídio. «Avaliava as possibilidades: arrancar o tubo da traqueia com a boca, cortar ou furar o pescoço», conta, nas páginas onde também brincou com a situação, ao dizer que «até para morrer antes da hora precisamos da ajuda de alguém».
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