Com uma boa primeira parte, não traduzida em golos, e um segundo tempo sofrível, e com pouquíssima intensidade, a selecção portuguesa saiu de Varsóvia com um nulo pouco ou nada conclusivo em relação ao que pode fazer na fase final do Europeu. Entre a prudência de Paulo Bento, que aponta aos quartos de final, e a ambição de Cristiano Ronaldo, que tem o título na mira, a equipa nacional tirou a média e assinou uma exibição de mais a menos. Pelo tempo fora, diluíram-se os bons sinais deixados até ao intervalo, e a última imagem foi um pouco mais inquietante, com Rui Patrício elevado à condição de figura, com um punhado de boas intervenções.
Com uma parte para cada lado, assistiu-se a uma espécie de pacto de não agressão, em Varsóvia, na inauguração de um estádio magnífico que, ao contrário das equipas, já deixou um cheirinho mais próximo ao de um Europeu, a cem dias da cerimónia de abertura.
A boa entrada da seleção portuguesa atenuou o entusiasmo do público polaco. Nani, em grande no flanco direito, obrigou o guarda-redes Szczesny às primeiras intervenções delicadas. Só a lesão prematura de Coentrão, à passagem dos 20 minutos, quebrou o ascendente português. O regressado Nélson teve de adaptar-se ao flanco esquerdo, e isso retirou fluidez ao jogo luso.
Já depois de Szczesny ter negado o golo a Ronaldo e Nani (três vezes), a supremacia de Portugal foi posta em causa por um mau atraso de Nélson, que isolou Jelen. Patrício, rápido a fazer a mancha, obrigou o polaco a chutar para fora e, na resposta, Nani desperdiçou a ocasião mais clara, com Hugo Almeida e João Pereira a pedir o passe, a seu lado.
A previsível saída de João Moutinho, ao intervalo, e a entrada de Manuel Fernandes, que vinha dando sinais de boa forma no Besiktas, eram um fator de expetativa para a segunda parte, mas a verdade é que o jogo português perdeu ligação com a saída do médio do F.C. Porto. Os polacos passaram a ter mais espaço e iniciativa, e Szczesny só teve uma defesa para fazer aos 70 minutos, num livre de Ronaldo, nem por isso especialmente perigoso.
Assumindo que pouco mais haveria a retirar do jogo, Paulo Bento lançou Postiga, Quaresma, Rolando e deu a estreia a Nélson Oliveira, assumindo o risco de acabar de partir o jogo português. Valeu Patrício nesses dez minutos finais em que a Polónia sentiu a possibilidade de ganhar o jogo e acabar com o pacto de Varsóvia.
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